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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Homem

Uma perspectiva interessante é aquela que coloca o homem ante as dimensões do universo, como faz o escritor Camilo Flammarion em sua obra "Astronomie Populaire. Diz ele: "O univeso visivel, com seus cem milhões de sois, representa apenas uma perquena parte infenitesimal do universo total, infinito; é uma vila numa provincia, ou melhor ainda; por outro lado, milhões de anos ou mesmo milhões de séculos por que ensaiamos exprimir o desenvolvimento progressivo das nebulosas dos sois e dos mundos, representam apenas um instante rápido na duração eterna.
" Não podemos, então, tentando conceber estas grandezas, reconhecer a insuficiencia de nosso campo de observação e compenetrarmos de que o universo é incomparavelmente mais vasto, mais prodifioso e mais esplêndido do que tudo o que a ciência nos revela e tudo o que a imaginação pode sonhar. "
Se todos estes sois fossem realmente fixos, imoveis, esfinge da eternidade, imutaveis e inalteráveis, rei cada um em seu domínio, talvez o aspecto do universo fosse mais impotente e grandioso. Mas seria menos vivo. Todas estas estrelas, vastas como nosso Sol, afastadas umas das outras por insondaveis distâncias, sucedendo-se ao infinito na imensidão dos espaços, estão em movimento nos céus.
Nada é fixo no universo: não existe um único atomo em repouso absoluto. As forças formidaveis de que a matéria está animada regem universalmente sua ação. Estes movimentos de translação dos sois do espaço na extensão são insensiveis a nossos olhos, porque eles se exercem a uma enorme distância; mas são mais rapidos do que qualquer velocidade observada na terra. Para a vista que soubesse fazer abstração do tempo como do espaço, o céu seria um verdadeiro formigamento de astros diversos caindo em todas as direções do vazio eterno. A estrela que é nosso Sol vem da constelação da Pomba e nos leva para Hercules com uma velocidade vertiginosa, mergulhando cada vez mais todo dia, a cada ano, a cada século, em imensidades sempre abertas do espaço.

"Nota surpreendente, bizarra, inesperada, mas absolutamente verdadeira: cada sol do espaço é impulsionado por uma velocidade tão rápida que uma bala de fuzil representa o repouso diante desta velocidade; não são nem cem metros, nem trezentos metros, nem quinhentos metros por segundo, que a Terra, o Sol, Sirios, Vega, Arturose todos os sistemas do infinito percorrem? é dez, vinte, trinta, cinquenta, cem mil metros por segundo; tudo corre, voa, cai, rola, precipita-se no vazio...e contudo, visto no conjunto, tudo está em repouso. É por isso que tens a impressão da terra estar presa.

Quanto tais contemplações engrandecem, não transfiguram a ideia vulgar que em geral se forma sobre o mundo!

Fraterno abraço e luz para a razão de todos!

Sol Tcharlo.

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